quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Montpellier enfim!

Continuando a saga... Chegamos ao que interessa, ao que realmente eu vim fazer aqui!

A viagem de TGV foi superótima. O assento é gigante, é superrápido, mas vc não sente a velocidade, e as paisagens são lindas.

Vim escutando IPod, pensando na vida, e por vezes eu nem lembrava o que me esperava. Mas de repente, eu começava a pensar no meu chefe me buscando, na casa com as roomates desconhecidas, no ano todo que eu ia passar lá, e aí me dava vontade de chorar, gritar e vomitar ao mesmo tempo. Mas aí, respirava fundo, colocava uma música agradável e continuava.


E o bom também foi que aconteceu o seguinte: e tava sem relógio, então perguntei pra um velhinha que horas eram. Ela falou que eram 5 e meia. Pensei: beleza, tenho mais uma hora, pq meu trem chegava ás 6 e meia. Mas em seguida que eu perguntei pra mulher, o trem pára: Gare de Montpellier St. Roch. Nem deu tempo de pensar, eu já tava lá. E foi a conta de sair do trem, lá estava meu chefe (que by the way se chama Dr.Claude Granier), todo sorridente me esperando.

Tive um ataque verborrágico, pq desde o princípio essa era a cena que eu mais temia: o encontro com o chefe e a falta de assunto subsequente!

Mas correu tudo bem. Ele passou na casa que eu vou ficar esses dias pra eu deixar as minhas malas. A 1a vista, Montpellier me pareceu meio roça... Cara de cidade do interior do Brasil. Ainda mais que minha rua é uma ruinha sem saída onde só tem casas. As meninas da minha casa pareceram bem simpáticas, e o meu quarto é supergrande e bom, mas a casa é simples. Esqueci de tirar fotos, mas no próximo post eu coloco.

Depois disso ele foi me mostrar um pouco da cidade. Tem uma praça que se chama Comedie, que fica no centro histórico que é onde bomba a cidade: lojas, bancos, bar, restaurante, tudo. E lá e em toda a região, não entram carros. É superbonita!

Meu chefe então me levou pra jantar num restaurante arrumadinho, mas não chiquérrimo. Até aí minha verborragia continuava, e até que não estou de todo mal no Francês! O jantar foi ótimo, comi pato! E depois fui pra casa. Dei um oi rapidinho pras minhas roomates, elas me mostraram melhor a casa e fui tomar banho e dormir até zonza com tanta informação.

No dia seguinte, meu chefe foi me buscar em casa pra explicar como que eu devo fazer pra chegar no laboratório.

Aqui, o trasnporte público é a base de ônibus e uma espécie de bondinho que se chama Tramway, que é superprático. Eu pego ele pertinho da minha casa e ele me deixa na porta do lab, além de passar pelos principais pontos da cidade. Tem um cartão que jovens com menos de 26 anos podem comprar que custa 210 euros e dura um ano inteiro, e vc pode andar quantas vezes quiser!
A chegada no lab foi meio sem graça. Lá é enorme e supertecnológico, parece coisa de filme! Tem tudo e eu tenho minha mesa, minha bancada, meus reagentes, tudo só meu! Menos um computer, mas não faz mal,pq eu tenho o notebook, né?
Meu chefe me levou na sala de cada pessoa e me apresentou pra cada uma! Todos foram supergentis e educados comigo, mas pára por aí. Já tinham me alertado sobre isso: francês custa pra aproximar. Todo mundo te trata bem, mas ninguém é seu amigo. O resultado disso é que logo no primeiro dia fui almoçar sozinha e deslocada! Mas, paciência...
Cheguei em casa morta, pq além das novidades, passar o dia todo tentando falar e entender francês não é mole.
O dia seguinte foi o pior até agora! Com o inverno, aqui só amanhece direito ás 9 da manhã! Acordei sozinha, no frio, no escuro, fui pro lab. Chegando lá, deu um problema gigante: era pra eu ter trago umas coisas meio que prontas do Brasil. Mas não teve como, pq o aparelho que era necessário para fazer essas coisas estava estragado. Meu chefe pirou com isso. Tipo ficou desorientado sério. E eu querendo sumir, sair correndo. eu pedia desculpa, tenatava arrumar uma solução, mas ele continuava balançando a cabeça, como se o mundo tivesse acabado e a única coisa a fazer seria me deportar de volta pro Brasil.
Essa é uma das coisas que o Brasil sai na frente na minha opinião. Como a gente não tem nada fácil, tudo é na base da criatividade, não tem perrengue que a gente não resolva. Aqui, eles tem tudo certinho, tudo na mão, então quando aparece um imprevisto, eles ficam loucos e não conseguem ver uma luz no fim do túnel!
Esse dia foi péssimo, mas depois, a cada dia as coisas começaram a melhorar. Tô me acostumando com a rotina, com a língua, com as pessoas e até mesmo com a solidão! Descobri que ela é boa tem horas. Tô super fã de mim mesma, pq descobri que dou conta de muito mais do que eu imaginava! E também estou aprendendo a ficar feliz e curtir as mínima coisas daqui, porque vai ser um periodo que vai durar pouco! Visto desse modo, até o amanhecer ás 9 horas, que era antes deprimente, ganha status de curiosidade, de uma coisa diferente que eu tô tendo a oportunidade de viver.
Acho que se tudo continuar nesse ritmo, vou me sair muito bem! Porque sinto de verdade as coisas melhorando. Pode ser que daqui um mês or so eu desabe, deprima, corte os pulsos ou saia correndo, mas por enquanto eu to dando conta do recado.
Assim, após uma semana de conquistas (inclusive minha carta de sejour, burocracia mais chata que tem, já foi encaminhada!), saí no sábado de manhã sem rumo, pra conhecer a cidade e acabei me dando conta de que ela é linda!
A parte que eu falei que era feia é a parte nova. E não é que é feia, é que igualim ao Brasil!
Agora a parte antiga é um charme!
Essa estátua se chama Trois Graces e fica no meio da Comedie.
Gostaria de chamar atenção nessas fotos para a cor do céu! É um azul maravilhos, tava um um dia lindo! Essas são as ruazinhas do centro histórico!


Como toda boa cidade francesa, tem um mini Arco do triunfo.


Mais ruazinhas!
Esse é um mini parquinho do lado da Comedie

Estou resumindo um pouco as coisas pq a bat do computador vai acabar! E também vou contando os detalhes aos poucos, pra não acabar a graça, ne?
Amanhã posto mais fotos e conto mais coisas com detalhes!

P.S: Pontual, olha o que tem no parquinho: PÔNEIS!!!!
























5 comentários:

Julia Mesquita disse...

Nossa cló!

sua cidade é liiiinda!

parece um filme! nossa! to apaixonada! =]

Anônimo disse...

aaaaaaaahhhhhhhhhh
pôneis não!!!!! vc não vai e levar nesse lugar onde tem pôneis, não, ok?
e eu, assim como você, também sou sua fã, clózinha!

Anônimo disse...

clarinhaaa!
que bom q as coisas tao dando certo por ai! fico mto feliz de saber q vc ta bem e q ta conseguindo superar tds os perrengues! tenho crtz q pra vc so coisas boas podem vir!
mtas saudades!
td de bom pra vc ai sempre!
bjãoo!

Anônimo disse...

Clo,
Sabia q vc ia dar conta de TUDO!! Tb sou sua fã!!!!
Nossa sua cidade é mto LINDA!!!
E adorei os pôneis...
Saudades

por aí... disse...

Bom dia Clô,
Meu nome é Goia. Estava pesquisando no google hoje e me deparei com o seu blog. O caso é o seguinte: Há alguns anos atrás conheci pela internet uma pessoa chamada Claude Granier que estava viajando pela america central, mais precisamente ele estava na guatemala, se não me engano,na casa de uma família. Perdi o contato com essa pessoa e ando, já a algum tempo procurando pelo google. Será que vc poderia me dar uma luz, sobre o seu chefe? meu e-mail é goiamidlej@hotmail.com.
obrigada.