Esse fim de semana foi bem diferente de todos que eu já passei aqui até agora. Digo diferente no sentido de legal, e não de bizarro.
Depois de jantares e saídas, na 6a consegui burlar meu orientador brasileiro. Também porque não tinha mais nem água pra beber em casa, era imprescindível fazer supermercado.
No meio das compras, o amigo guatemalteca do curso do Felipe liga pra ele e convida a gente pra fazer algo. Porém ele ainda não fala muito bem francês, e ele e o Felipe conversam numa mistura de francês, inglês e espanhol. Ao vivo, ça va, pq a "Imagem em Ação" ajuda um pouco, mas no telefone, é dureza a comunicação. Resultado: o Felipe disse que sim, a gente animava, mas na verdade não fazia a menor idéia do que tinha sido o convite. Fiquei meio brava pq não tinha nem idéia de que roupa vestir pro compromisso misterioso.
Apesar de ter sido "com emoção" o convite era pra uma coisa bem legal. Esse amigo, Fernando, é chef de cozinha e está trabalhando num restaurante aqui. A dona desse restaurante estava inaugurando um novo espaço para cursos de culinária e restaurante, naquele esquema que vc paga um tanto, aprende a preparar o prato e depois come o que vc fez. O lugar era uma gracinha. Tava lotado, mas tinha vinho e tira-gostos liberados. O Fernando é muito legal e namora uma francesa, Julie, que coincidentemente é bióloga com um post-doc em Imunologia!!! Ela é uma graça e ficamos conversando horas. Depois da inauguração, fomos esticar a noite num outro bar, tomamos mais um vinho e foi uma noite muito legal, em boa companhia. Os dois são um pouco mais velhos, 30 anos, mas são muito legais e tbm não conhecem ninguém aqui em Montpellier. Acho que eles estavam em busca de um casal amigo pra sair, viajar, etc. Tomara que tenham encontrado, pq ia gostar fazer amizades locais. É muito bom ter o Felipe aqui, com o Bernardo e a Teka em Pari tbm acaba que a gente nunca fica muito tempo isolado, mas tem hora que faz falta uma companhia a mais pra sair.
No sábado, não teve escapatória e 11h o Claude, meu chefe daqui, ia me pegar pra ir passear com o Carlos, meu chefe daí. Tensões a parte, dessa vez foi mais legal pq o Claude convidou tbm a Randa, a tunisiana que faz doutorado tbm aqui no lab pra ir com a gente. Não me entendam mal, meus dois chefes são mais do que legais, me tratam muito bem, conversam e tudo mais. Sou eu que sou tensa com essas coisas. A mulher do Claude, que é bonitinha demais, tbm foi.
Fomos passear em La Grande Motte. Breve explicação histórica: antigamente, o litoral da região do Languedoc não tinha nada. Só pescadores e mosquitos. Como a água era limpa, as praias eram de areia, e não de pedra como grande parte das vezes, e o lugar era bonito, no década de 70 as pessoas tiveram a brilhante idéia de revitalizar o local para atrair o turismo para a região. La Grande Motte foi a primeira cidade do Languedoc projetada para ser um grande centro turístico. Os arquitetos que projetaram fizeram questão de incluir grandes espaços verdes na cidade e de dar um tom futurista para os prédios. São todos muito diferentes, coisas que eu nunca vi igual. Mas achei bonito.
Lá é uma cidade de veraneio mesmo, ou seja, que só enche no verão. Fica o ano inteiro com centenas de barcos ancorados e as ruas vazias, pra no verão bombar de gente. Como estava um dia muito quente, até que tinham bastante pessoas na praia. Tem clima de praia mesmo, apesar da beleza de fato do lugar nem se comparar com o Brasil.
Para almoçar, fomos numa outra cidade pertinho, Le grau du Roi, que tbm é praia, mas mais simples que La Grande Motte, mais de pescador mesmo. Almoçamos na beira do canal do Porto. Foi ótimo!
Tour de Constance
Emcima das muralhas. Tour de Constance no fundo. Pessoas em ordem de proximidade da câmera: Randa, Martha (esposa do Claude), Claude (só o topo da cabecinha grisalha), e Carlos
Depois disso, voltamos pra Montp. Chegando aqui a Randa me chamou pra ir no shopping com ela. Ela falou que tinha uma loja em promoção, que ela tinha experimentado 500 coisas, mas que não conseguia decidir sozinha. Fui lá com ela e foi ótimo. Ela tem um noivo que mora em Perpignan, pertinho daqui. Eles casam 9 de agosto na Tunísia, com toda a tradição muçulmana!!! Deve ser muito legal, e ela me convidou, mas na Tunísia, fica um pouco complicado. Mas quem sabe? Depois de lá, a gente deu mais umas voltinhas e ela ficou toda feliz. Falou que mesmo com o noivo aqui, ela sente falta ás vezes de uma companhia feminina pra bater perna em loja. E faz mesmo... Nenhum homem, nem o mais santo de todos tem paciência com isso. Combinamos de repetir o programa mais vezes.
No domingo, lavar roupa e mais um jantar, o que está virando rotina, tô até acostumando em ficar educadinha e puxar papo em francês com pessoas com as quais eu tenho 0 liberdade. Mas o saldo geral foi positivo!