Essa semana está sendo uma correria só, pois amanhã já me mudo pro meu ap novo!!! Estou super animada! Fui no IKEA já e comprei mil coisinhas! E aos poucos estou arrumando as coisas do meu jeito, o que é muito gostoso de fazer, mas seria mais gostoso ainda se tivesse uma varinha de condão que obedecesse aos nossos pensamentos! Minhas costas estão morrendo de tanto carregar coisas de um lado pro outro.
Essa é a minha casa velha. A gente mora no andar do meio. Em cima é outro povo e embaixo é tipo um porãozinha de coisas velhas. No começo foi estranho, mas agora, passado quase um mês á jato, eu já estava me acostumando e com certeza as meninas vão fazer falta...
Meu ap novo fica nessa ruazinha no centro, que se chama En Gondeau. Não tenho a menor idéia do que significa o nome! Ela ainda tá meio decorada de Natal e a noite fica superbonitinho, pq tem 2 cafés que colocam as mesinhas na rua, já que lá é proibido passar carro. Mas de dia parece meio fubazinha... Mas juro que não é!
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Mudanças!
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Um domingo típico do Languedoc
Na 6a feira passada, meu chefe me disse que gostaria de no domingo fazer um pequeno passeio comigo pra eu conhecer melhor a região e a esposa dele. "Que simpático!", "que gracinha"... Sim, sim ele é isso tudo, mas tbm "que pânico"! Eu já me superei diversas vezes aqui, mas esse tipo de timidez nessas situações, que em mineirês se chama "jacuzisse", se apossa de mim! Passei a manhã toda pensando em assuntos e frases pra falar, pra que não houvesse nenhum silêncio constrangedor.
A Ester é a da esquerda, a Gisela de preto e a Maria é a sorridente. Só apareceu a mão da Mane.
sábado, 26 de janeiro de 2008
Tá passando...
Essa semana foi bem cansativa.
Na verdade, foi a primeira com uma rotina, rotina mesmo. A primeira semana era tudo novidade, estava apenas começando, e toda hora eu saia pra resolver burocracias e tals. A segunda semana teve Marseille e de quebra Paris pra chacoalhar bem as coisas. Essa foi a primeira sem absolutamente nada de diferente, tirando uma ida ao supermercado aqui, ao IKEA (loja de móveis tipo TokStok, só que mais barata, imperdível!) acolá... tudo se passou na mesmice.
A 6a a noite eu passei em casa e acho que foi o dia que eu dormi mais cedo desde que eu fiz 10 anos de idade! Tava exausta e com o corpo ruim... apaguei totalmente. Isso é uma coisa de diferente que eu tô fazendo aqui:dormir! E sem preocupar com o horário de acordar! Mas como eu deitei supercedo, pulei da cama cedinho tbm e fui lavar roupa e fazer unha nos intevalos! Uma coisa bem dia-a-dia, bem da vida quotidiana mesmo, sem nenhum glamour de sul da França! Todo mundo acha que vir pra França é passear por lugares lindos com uma casaco elegantérrido de bicicleta com uma baguete na cestinha... mas não é nada disso!
Depois fizemos um macarrão em casa, fui no supermercado e depois fiquei meio entediada. 2o dia saível em casa não dava. Arrumei toda, pq lavar
roupa o dia todo dá vontade de se arrumar no fim, e fui no cinema sozinha assistir Sweeney Todd, do Tim Burton. Foi uma noite divertidinha, dentro das minhas possibilidades limitadas!
Voltando pra casa, me dei conta de que amanhã já faz um mês que eu tô aqui! Passou rápido demais! E eu tô indo bem! Passei por várias situações que a um mês atrás eu não imaginaria passar. E tudo isso sem baques, sem chorar.
Isso foi uma coisa que não sei porque eu cismei: não chorar. Desde o começo. Me pareceu uma coisa feia de se fazer. Ganhar dinheiro para ter uma oportunidade pela qual as pessoas pagam e ainda chorar por isso parece coisa de menina ingrata, fraca e mimada! Não que isso faça algum sentido, pois é perfeitamente entendível que o choro nessa situação não tem nada a ver com essas coisas que eu disse acima e conheço pessoas ótimas, fortes, inteligentes e que deram até mais valor pra essa viagem do que eu tô dando e que choraram litros nessa mesma situação! Lógico que nas despedidas teve um chorinho, no reveillon tbm, mas desde então eu não chorei.
E aí hoje eu me peguei pensando: "credo, que frieza, que falta de coração não chorar!", e fiquei me achando uma pessoa péssima. Mas depois eu cheguei a conclusão de que é uma questão de sobrevivência. É mais ou menos assim: suponha que vc tenha que atravessar um rio de água muito muito fria nadando. Antes tem aquele sofrimento por antecipação mas depois que vc pula no rio, não dá pra ficar sofrendo, parando e pensando "ai que água gelada!", pq aí sim vc vai sofrer, pq vai demorar mais pra chegar do outro lado. Uma vez dentro do rio, é concentrar e nadar da forma mais eficiente possível pra chegar rápido do outro lado. Uma vez fora do rio vc grita, xinga "PQP!!! Que P... de água gelada!!!", esperneia. Mas dentro do rio não dá pra pensar. Por uma simples questão de sobrevivência!
E dessa forma, sobrevivi muito bem, obrigada ao primeiro mês. Que venham então os próximos 10!
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Saudades boas!
Agora que estou com o blog em tempo real, não tenho mais muitas novidades não... Estou me acostumando mais com algumas coisas, como o frio, a distância, o cansaço, a solitude e menos com outras: a saudade!
Realmente no começo é tudo um turbilhão! Tudo é novidadee tem tanta coisa pra resolver que não dá tempo de pensar. Na hora que eu chegava em casa era a conta de entrar no computador um pouco e apagar. Agora ainda está longe de uma calmaria, tem muita coisa acontecendo ainda, mas o ritmo já não é mais tão frenético... E assim começam a aflorar certos sentimentos. Mas não de uma forma desesperada e agonizante. De uma forma boa e aconchegante, de um jeito que, se eu quiser, eu posso ficar horas viajando sozinha com cara de boba.
Algumas coisas que me ocorrem:
-Pão de queijo, minha cama dura, café (sim, pq o café daqui é só pra pose, pq na verdade ele tem gosto de pano de chão!), comida da Lú, almoço de sábado no Chiari ou na vovó, macarrão de domingo, roupa cheirosa e passada, ver televisão de noite, a amplitude da minha casa, a vista da sala de visita, ver filminho do domingo a tarde e na verdade bodar horrores no sofá, dirigir, ouvir rádios barangas, encontrinho das tchumas, empadinha da D.Lucinha, ficar de bobeira na sala dos professores do NA, dar aula e ficar louca nos ensaios, sentir calor, encostar nas pessoas, falar alto e gesticulando, botequinho, mixido (não o lugar, a comida mesmo), fazer unha do pé e da mão, usar apenas uma camada de roupa, andar descalça, meu dinheiro valer, chuveiro potente, água filtrada, escutar meu nome falado do jeito certo...
Essas coisas são as que me ocorreram pra escrever agora e que eu venho pensando ao longo dos dias. Mas com certeza tem mais!
Entretanto, tem muitas coisas aqui que me fazem curtir o momento. Coisas que com certeza depois vão mudar pra minha listinha da saudade!
- Croissant fofinho, pain au chocolat, queijos e mais queijos, vinhos e mais vinhos, biscoitos (eu sou comilona, mas biscoito nunca tinha sido um fator tentação pra mim, mas aqui eu devoro um pacote a cada sentada no computador), a cor do céu (não o de Paris, mas o daqui do sul. Ele é de um azul muuuuito forte. E quando o sol se põe aparece cada dia umas cores diferentes), andar a pé, viver no meio de lugares antiquíssimos e com história, a elegância do povo na rua, a pouquíssima pobreza, a polidez (bonjour, excusez-moi, pardon, bon soir, merci e derivados o tempo todo), observar a delicadeza das francesas (tão o oposto de mim...), a consciência de saúde e ecologia do povo daqui (o chuveirinho é pra economizar água, o transporte público é para evitar o excesso de carros poluindo, o supermercado cobra a sacola de plástico... é meio péla, mas é o certo!), ter outros países tão pertinho, o TGV, o tramway (o bondinho que eu pego todo dia! São duas linhas interligando a cidade de norte-sul e de leste-oeste. Ano que vem vai sair a 3a linha. O design do bondinho é do Christian Lacroix, olha que chique!)...
Muitas dessas coisas, dependendo do ponto de vista, podem se tornar muito irritantes. Mas hoje eu estou num dia bom... Quero só falar de coisa boa... Mas nem todo dia é assim!
P.S: Hoje fui olhar uma academia de dança aqui. O site era super legal e parecia ser muito arrumadinho. Só que era meio longe (40 min a pé) e o lugar era meio sujeira, uma vizinhança meio estranha... e nem tem nem ônibus nem tram que passa perto. O esquema tbm era estranho, mas acho que era assim em todo lugar: vc paga por aula. 15 euros (45 reais!). Não tem turma fixa. Vc paga, entra e faz a aula! O horário tbm ia ficar meio apertado, pq a última aula do dia começa ás 17:45. Mas falo que o povo era bom, viu... E a movimentação, sinistra... Tava tendo aula de contemporâneo. O povo vestido fubá igual a gente, até pior! Tinha cara de ser muito bom de fazer. Mas juntando a dificuldade toda, eu ainda fiquei com medo... Acho que nem sei mais dançar!
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Parrí autrefois!
Chegando morta de Marseille, já estava separando a minha roupa pra lavar no dia seguinte, pensando onde eu ia vagar sozinha no fim de semana...
Quando eu consegui reunir forças o suficiente, liguei o computador e acabei durando um tempo, olhando algumas pendengas.
Quando já era bem tarde, a Teka e o Bernardo (que me ligam de graça aqui), me ligaram pra falar que tavam lá na casa da Teka e que no dia seguinte ia ter uma festa numa boite tal, que ia ser muito boa. No domingo a Teka iria de vez pra cidade dela e seria tipo uma "despedida". Fiquei conversando um tempo com eles e depois fui deitar pra dormir.
Fiquei pensando, e me deu muita vontade de ir pra lá, reencontrar todo mundo, fingir por um momento que eu não tô tão longe assim... Mas o problema é que Montpellier não é exatamente perto de Paris. Eu teria que ir no sábado e voltar no domingo. Olhei a passagem de trem, 108 euros ida e volta... É... ia ficar pra próxima.
Mas acho que o tempo que eu fiquei sozinha de tudo em Marseille, até das pessoas que ainda são meras conhecidas, mas que pelo menos sabem meu nome, me deixou meio carente.
No dia seguinte acordei, passei aspirador de pó no meu quarto, e já tava indo lavar roupa. Comentei com a Maria, que mora comigo, que eu tava doida pra ir pra Paris, mas que não tinha jeito, que tava caro e tal. Ela perguntou se eu tinha olhado passagem de avião. Dependendo do dia, das promoções, fica até mais barato. Resolvi então, antes da lavação, entrar de novo na Internet, só pra desencargo de consciência. Nessa, encontro com a Teka e o Bernardo no MSN. A pilha aumenta. Dá mais vontade de ir. Mas a porcaria do site do avião não entra. Ai meu Deus! Acho que vou pagar 108 euros. O Bernardo vê uma passagem de trem mais barata na Internet. Parece que entrou na promoção agora. Ai meu Deus! E agora? 80 euros ida e volta já tá mais razoável. Mas já são meio dia e o site não aceita meu cartão de crédito! Ai meu Deus e agora? Corre lá na estação que de repente tá até mais barato!
Do jeito que eu tava, de calça de pijama, calcei um tênis, nem penteei cabelo, saí correndo muito! A gare é á dois pontos do tramway que pára aqui perto. Cheguei lá, 60 euros ida e volta! Quase metade do preço. Mas o trem saía as 16h, chegava em Paris 19h... Eu ia passar 24h lá. Pegar ou largar! Sem pensar demais, comprei a passagem!
Voltei pra casa pensando ora que eu tinha tido a manhã, ora que eu era descompensada de fazer isso. Tomei banho, arrumei as coisas correndo e fui!
Pra melhorar ainda mais a minha vida, faltando 20 minutos pra chegar o trem pára. Problemas na pista, questão de segurança, frescura... Atrasou ainda mais meia hora! Mas eu cheguei muito feliz! Parecia que eu tava chegando em casa! Andei pela doidera do metrô de Paris como se eu fizesse isso a anos! Chegando na estação da casa da Teka, andei pela rua como se fosse o meu bairro! Cheguei na casa dela como se fosse a minha! Pelo menos eu sentia como se fosse mais minha do que a de Montpellier e com certeza muito mais do que Marseille! Tava a Teka, a Lívia, o Bernardo, a Cláudia mãe delas e a Cristina, uma amiga dela. Ficamos batendo papo, comendo umas coisinhas... Por um segundo, aliás, por vários minutos, a gente esquece que tá na França. Parecia que a qualquer segundo ia tocar a campainha e ia entrar todo mundo pela porta pra fazer uma pré antes de ir pra festa. Só por esse momento, a viagem relâmpago já valeu a pena.
Fomos então arrumar pra festa. Ia tocar Ministry of Sound (que dizem que é bom, mas eu como uma completa ignorante da cena eletro mundial não tenho a menor idéia), numa boite que chama Mix. O Bernardo alertou que lá era bem MIX mesmo. Gente de todo tipo.
Já na entrada fiquei tensa.Tinha aqueles homens que avaliam se vc está adequada pra entrar. Pra mim, isso era coisa de sitcom americana, mas por aqui é realidade! Só faltava eu ter feito essa peripécia toda e ser barrada! Mas entramos bem!
Chegando lá, encontramos com umas amigas do Renato, irmão da Júlia Badaró (Tuzin, c conhece tbm?), que estavam lá pra fazer um curso de francês, depois de terem viajado pela Europa de mochilão dezembro inteiro. Elas passaram vários perrengues de albergue, tadinhas. Essas são elas.
Elas levaram um amigo da sala delas, que a primeira vista parecia um tadinho. Cara de 10 anos de idade, uma roupinha de vovô e todo desengonçadinho... Mas o povo dessa Europa é muito doido!
Primeiro de tudo, na boite, são os homens que dão a vida pra dançar! Eles se acabam! Nem tem esse negócio de mulher. Pelo menos eu não vi ninguém chegando em ninguém. As mulheres ficam dançando panguinhas num cantinho. A dança da moda é apenas com os braços. Movimentos enormes, aleatórios, travando o cotovelo e de vez em quando enlaçando a cabeça! Tipo praticamente coreografado!Nem dá pra ficar perto!!! E ficam 800 homens meio que competindo pra ver quem mexe mais!
Mas voltando ao amigo tadinho, digo que ele foi simplesmente a atração da noite! No meio da braçaiada toda dos homens (que tirando algumas variações, é quase igual), o menino me começa a fazer movimentos completamente ao acaso. Teoria do caos geral, sem a menor lógica! Ele mexia o braço, aí de repente ia até o chão, de repente dava um pulinho, mexia com com o suéter de vovô que tava amarrado no pescoço como se fosse uma fita de ginástica ritmica! E vc via que tudo vinha de dentro! Cada movimento era uma reação proporcionada pela música do momento. Eu arrisco dizer que ele dançou a noite toda sem repetir nenhuma vez o mesmo passo! A galera do bracinho ficou boba com a originalidade do rapaz. De repente tinha 80 homens na nossa rodinha só vendo o amigo dançar! Como nós mulheres ( e o Bernardo), não estávamos á altura de tamanha originalidade, fomos expelidas da roda!!! No final das contas, as tadinhas éramos nós... Mas nos divertimos mesmo assim, apesar de ser um ambiente bem estranho e as músicas não estarem tão boas.
Falando em música, Michael Jackson bomba demais aqui (vc já sabia, né Juju!). Na hora que toca, a pista lota! A única música que bomba mais que ele é uma antigassa e que toca completamente fora do contexo. Tipo dá uma pausa no universo pra tocar ela, e depois o DJ volta ao normal.
É aquela
Sweet dreams are made of this
Some of them want to use you
Vcs não tem noção do que acontece quando toca essa música! As pessoas piram!!! E diz o Bernardo e a Teka que em outras boites que eles foram em Paris acontece a mesma coisa. A gente chegou a conclusão que se o Michael Jackson gravasse essa música, naõ ia ter pra ninguém. As pessoas iam morrer!Pra is embora, pegamos um ônibus, pq o metrô não funciona de madrugada. Só que a linha que a gente pegou dava a volta em Paris inteira, mas inteira mesmo, literalmente! E ainda não tinha nenhum ponto que parava pero do Bernardo, tadinho!
Chegamos em casa e dormimos, pq no dia seguinte íamos acordar cedinho pra ajudar a fazer a mudança da Teka pra Amiens.
A Cristina amiga da mãe dela tem um carro, e elas íam ainda alugar outro pra caber tudo e todo mundo. Acabou que essa parte demorou um pouco, então saímos meio tarde pra ir pra lá.
Amiens fica a cerca de 1h e meia de Paris. A cidade é pequena, mas muito bonitinha. Mas eu só tirei essa foto, dentro do carro... Quase road trip again!
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Marseille: já que tinha uma pedra no meio do caminho...
Olá todo mundo!
Tempos que eu não posto, mas agora vou continuar a história!
Como vcs bem se lembram, assim que eu cheguei tinha uma pedra no meio do meu caminho que meu orientador não conseguia remover, e que parecia irremovível para ele!
Logo após o fim de semana, chego pela segunda de manhã e ele me aguarda com a solução dos meus problemas: "Vc vai para Marseille na 4a feira fazer a purificação do seu veneno lá! Tem algum problema?" Problema? Viajar com tudo pago e conhecer mais uma cidade da França? Longe de ser um problema! Ainda mais que o laboratório aonde eu iria era o laboratório da Marie-France Martim-Eauclaire, simplesmente uma das maiores otoridades em veneno de escorpiões! Cerca de 70% das referências que eu usei na minha dissertação de mestrado tinham o dedo dela! Fiquei empolgadíssima!
Mas tinha um problema. Como eu disse no outro post, estou com poucas roupas de inverno e metade já estava suja de novo. Como eu iria pra Marseille desse jeito?
E além disso, estamos em plenos SOLDES! Os soldes é tipo uma mega liquidação, onde todas as lojas dão mais de 50% de desconto e fica todo mundo igual louco comprando. Realmente as coisas ficam muuuuuuuito baratas! No fim de semana eu dei umas voltas pelas lojas e quis morrer de tanta coisa linda e barata. Achei que ia até vomitar e passar mal de tanta vontade de comprar. Não comprei pq não sei quando vou receber a minha bolsa aqui, então não rola de ficar gastando a esmo, apenas pelo prazer do consumismo. E aliás, tem muita gente que critica os Soldes por causa da pressão para o consumo que eles exercem. Nas minhas andanças por aí, achei um quarteirão descolado aqui que tem só umas lojas de design, umas papelarias de morrer (achei uma que eu literalmente chorei quando eu vi! Se eu pudesse, nem alugava um apartamento, morava dentro dela mesmo!). Nenhuma dessas lojas ostentava os grandes letreiros so soldes e tinham um adesivinho pequenininho na vitrine falando algo do tipo: descontos sim: dentro da loja, mas não ao consumo exagerado.
Mas como eu ia pra Marseille, tive wque fazer umas comprinhas. Comprei esse casaco abaixo e duas blusas de lã muito boas! Num total: 60 euros por três peças de ótima qualidade! 40 pelo casaco e 10 por cada blusa. Achei bem rezoável.Malas prontas devidamente renovadas, 4a de manhã meu chefe me buscou em casa para me levar a Marseille de carro, pra eu não chegar lá muito do além. São duas horas de viagem, mas como as estradas são excelentes, nem é cansativo.
Chegamos diretamento no laboratório. A Marie-France é meio diferente do que eu imaginava, pq com esse nome e com as coisas que ela faz, eu imaginava ela uma francesa chiquérrima e elegantérrima!Ela é na verdade bem acabadinha... Mas me recebeu superbem, dentro daquilo que um francês bem típico é capaz. E como ela é extremamente inteligente, ás vezes ela se impacientava um pouco com a minha ignorância científica e linguística. Mas sempre com a maior educação.
O lab de lá não é tão glamuroso quanto o daqui. Na verdade, parece mais com o Brasil, apesar de ser bem maior. E fiquei sabendo que as coisas estão assim pq ele está falindo. Antigamente, era um dos maiores, melhores e mais bem equipados laboratórios da faculdade de lá. Mas com o tempo os interesses foram mudando, e parece que eles estão passando um perrengue com dinheiro. Claro que nem se compara com os perrengues que a gente passa no Brasil, mas para os padrões franceses, eles estão bem mal.
Após fazer as devidas apresentações, meu chefe foi visitar um pessoal que ele conhecia lá em Marseille e me deixou lá trabalhando. Na hora do almoço, todo mundo compra algum sanduíche ou pega o que comeu de casa e no lab tem uma sala de jantar onde todo mundo come junto. Achei isso bem simpático, todo mundo conversando, batendo papo. E nessa, uma moça que trabalha lá me ofereceu carona para o hotel onde eu estava, que era perto da casa dela.
Terminados os trabalhos do dia, peguei carona com ela, e ela foi um amor! Me deu um mapa de Marseille, me deu umas dicas bacanas e até desceu comigo no hotel para ver se eu estava bem instalada!
O hotel é fofinho! Não é nada luxuoso, mas é bem aconchegante. Os funcionários são supersimpáticos e meu quarto era bem bonitinho. Pena que era no 4o andar e só tinha escada!
Esse é o quarto!
Cama...
E mesinha...
Essa é a rua do hotel.
Ela acaba no Vieille Port, que é o porto antigo da cidade, que agora tem um funcionamento só local. È um lugar bem bonito!
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Rotina...
As novidades daqui estão ficando meio escassas, já que finalmente estamos chegando á ela: A ROTINA!
Meus dias por aqui estão sendo mais ou menos assim: eu acordo ás 7 e meia, ou seja, no meio da noite, tomo café da manhã e vou a pé até o ponto do tramway. Chego no lab e fico lá até mais ou menos 12h e meia. Estou indo almoçar na universidade, que fica um pouco longe. Já contei pra vcs que é ótimo e super farto, mas esse é um momento meio deprimente do meu dia. Aqui é uma cidade universitária, com muuuuuuuuita gente nova. Almoçar sozinha é uma coisa. Agora almoçar no meio de várias turmas animadas, que combinam saídas e programas pra todos os dias da semana, e que nem notam que vc existe, é meio deprimente... Depois disso eu volto pro lab, fico lá até umas 18h e meia, pego meu trenzinho de volta. Geralmente paro na Comedie pra comprar algo pra comer. Volto pra casa, tomo um banho e me sento nessa mesma mesinha pra contar pra vcs das minhas aventuras!
Esse é o meu quarto! Mesinha... Guarda roupa improvisado. Aqui cabe um parênteses. Descobri que tenho muito poucas roupas de frio. E voltando dessas viagens anteriores todas, onde eu só gastei roupa e não lavei nada, eu quase fiquei pelada por uns dias, literalmente. Aqui tava chuviscando todo dia, e minha roomate me falou que nem adiantava lavar nada pq não ia secar! Mas Deus foi bom e no finde passado deu um solão e pude passar todo o meu domingo lavando roupa! Foi até legal, ja que eu não tinha mesmo nada pra fazer!
Essa é a própria comedie! Tá muito iluminada e minha máquina não tava entendendo o que era pra fazer com o flash!
Aqui tem um festival que dura o ano todo! Mas não é competição, são só apresentações profissionais. Teve Lago do Cisnes com outros Contemporâneos, mas não fui, pq estou guardando money pra ir na Ópera de Paris no mês que vem!
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Montpellier enfim!
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
O fim do começo
Depois de tudo isso que aconteceu, a velocidade dos acontecimentos foram diminuindo, e daqui pra frente acho que vai ser essa a tendência...
Voltando da RoadTrip, a casa do Bernardo estava cheia, então eu e o Conde buscamos abrigo na casa da Teka e da Lívia. A mãe dela fez arroz com feijão pra nos receber! Uma delícia! Aproveito a ocasião para agradecer muuuuuito a todos dessa família, mais uma vez! A sensação de lar tão longe assim de casa é uma coisa sem preço.
Dormimos todos na sala e no dia seguinte cedinho a Teka ia pra cidade dela resolver as burocracias que os franceses tanto amam! A Lívia acordou meio gripada, então fomos eu e Conde Noir dar uma volta por Paris. Coisa rápida, porque ás 15h meu trem partiria para Montpellier. Decidimos ir ao Museé des Invalides, onde tem o túmulo do Napoleão. Mas ele fecha toda 1a segunda feira do mês. Decidimos então ir ao Musée d'Orsay, mas ele tbm fecha ás 2as. Tinha um inglês lá indignado com essa moda de fechar museu ás 2as, berrando com o guardinha.
Manhã perdida? Nem tanto! Tava um dia lindo! Um céu azul como á muito tempo eu não via nesse inverno cinzento de cá. E eu e Conde fomos divagando sobre a vida, por aí.
Mas a hora de partir se aproximava. O Bernardo acabou que não foi na aula, pq tinha um amigo que apareceu lá na casa dele, papo vai papo vem, perdeu a hora. Ele resolveu então se juntar á nós para almoçar. Mas a gente demorou um pouco a sair, então o almoço acabou virando um sanduíche, mas que foi superparisiense. Depois, fomos comer um tal sorvete que desde o dia que eu cheguei aqui tava todo mundo falando que era uma coisa do outro mundo. Chama Amorino. De cara, a bola de sorvete já vem em forma de flor. E ele realmente me surpreendeu. A textura dele, dissolve na boca, é uma coisa sem noção. Quem é Haagen Dasz! Eu rio na cara do Haagen Dazs depois desse sorvete.
Depois fomos pegar minhas malas e tentar ligar para um taxi. Mas: PANICO! Não tinha taxi. E eu já tava atrasada. E agora? "Calma, que mineiro não perde trem!", disse o Bernardo. Saímos então pela rua, com a minha bagagem de quem realmente vai ficar um ano fora, procurando um taxi. E aqui taxista não pára fora do ponto. Aos trancos e barrancos chegamos no ponto de taxi. Me despedi dos meninos, engoli seco, e fui, pq agora que é pra valer.
Quando eu cheguei em Paris sozinha e depois quando me despedi dos meus primeiros companheiros de viagem (aliás, saudade de vcs, mandem notícias!), foram vezes que por um momento eu vislumbrei a minha solidão no meio do mundo. Porque é muito diferente, vc estar sozinho em BH, ou até mesmo em alguma cidade do Brasil, e vc estar sozinho em outro país, em outro continente, onde vc não conhece praticamente ninguém, niguém fala a sua língua nem vc a lingua deles. Mas esses foram momentos que duraram meia hora no máximo.
Agora não. Essa ia ser a minha realidade daqui pra frente.
Quando cheguei na Gare de Lyon, sozinha, com 800 malas, sem saber onde ir, nem como que funcionava esse trem de trem, deu muuuuuuita vontade de sair correndo. Um colega meu que tá na Alemanha me mandou um email falando exatamente dessa sensação.
É uma coisa muito louca que passa na sua cabeça: "Que é que eu tô fazendo aqui? Pq raios eu fui inventar essa moda! E se eu sair correndo e não voltar nunca mais? E se eu esconder debaixo da minha cama, do meu quarto, da minha casa, da minha cidade, do meu país, quem que vai me achar?" E na hora, essa ideia parece muito sensata, quase como sendo a coisa mais óbvia a se fazer.
Mas tbm, como diz o Bernardo (aliás, tô reparando que estou citando muito os seus conselhos! Estão, então sendo muito úteis!), o lema aqui é Começou? Termina! E assim terminou o começo da minha viagem. Muita coisa boa na cabeça e no coração. Tudo foi importante, alías, essencial para a minha sobrevivência daqui pra frente, para encarar as coisas de um modo totalmente diferento do que eu tinha imaginado.
Á todos os atores desse 1o ato da minha novelinha que irá se desenrolar esse, um muito obrigada do fundo mais fundo do meu coração. Vcs se tornaram pessoas inesquecíveis, que estarão pra sempre guardados num dos capítulos mais cruciais da minha vida. Mas espero que vcs aceitem ter um papelzinho nos próximos capítulos e até mesmo próximas novelas da minha vida!
P.S: Hoje o post foi meio triste, né? Sem muitas bobices... Então só pra não ir embora com esse clima, xeu contar procês a nova moda para as mocinhas, que em breve deve estar chegando no Brasil, pq esse estilinho aqui tem exatamente igual para todos os lados! O cabelo é muuuuuuito repicado, e mais ainda no alto da cabeça, tipo Chitão mesmo. A parte superior desse cabelo é pintada em uma gama diversa de tons de louro. A parte de baixo, ou seja, os fiapos que sobram, são preto azulado. O lápis de olho é tudo nesse momento. O piercing tem que ser preto de bolinha e tipo no meio da cara, ou estilo pinta da CindyCrowford, ou embaixo no queixo, ou no meio da bochecha mesmo. A calça justérrima e no pés, sapatilinhas sem meia (lembrando que o frio é intenso e a sapatilhinha é aberta E de sola fina!). Aguardem que já estou providenciando o look para entrar na moda local. Pq aqui eu sou muito exótica, então tenho que me enturmar!
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Road Trip: o inesperado Chantilly!
No dia seguinte em Amsterdam, acordamos e vamos embora que a vida real nos espera. A volta seria direto pra Paris. Tudo correu bem, mas naquele clima de domingo de quem volta a atividade na segunda. Depressão que acabou...
Entretanto, uma agradável surpresa nos aguardava. Depois de dias nas estradas européias, nosso piloto Bernardo e o co-piloto, mestre em navegação Conde adquiriram poderes de GPS e em pouco tempo, menos do que o previsto, já estávamos quase de volta a Paris.
De repente, uma placa: Castelo de Chantilly. "Ué, não foi lá que a Cicarelli e o Ronaldinho casaram?", "Foi." "Tá cedo?", "Tá". "Vão lá?" "Vambora!".
E assim, o que parecia ser o fim da nossa viagem foi apenas o começo de uma nova parada, uma nova cidade para a nossa coleção!
De cara já começamos a passar mal: a cidade é liiiiinda. Na verdade, é um vilarejo medieval, que tem um outro nome, que começa com S, mas eu esqueci. Mas esse vilarejo é lindinho demais! Parece uma Lavras Novas européia. A coisa mais romântica do mundo! Quem quiser uma dica de lua de mel, pode ir sem susto. Ficamos nós mulheres suspirando pelos amados que ficaram no além-mar. Esse clima todo foi deixando a gente meio eufórica: lua de mel, casamento, castelo, princesas! E de repente a gente foi tomada por uma vontade inenarrável de ser princesa! E aí a gente viu um campo verde lindo! Que dava muita vontade de sair correndo nele! "Ué, então vamos?" "Vamos! Páara o carro!". E aí a gente ficou meio mongol.
A idéia era sair correndo no campo, tipo Noviça Rebelde. Mas o campo tava meio molhado, a terra fofa afundando e de repente mais parecia uma areia movediça.
Essa mesa aí do fundo é uma das coisas mais valiosas do castelo, acho que pela idade dela e conservação. Diz que a Inglaterra comprou da França uma semelhante por 1 bilhão de libras ou coisa assim.
Fizemos uma vasta sequência de Jumping Pictures, cada vez dando mais a vida! Fiz até um chequetti de calça jeans no meio do contexto, mas ficou péssimo.
Essa ficou super sensação de liberdade! (Pode ser a foto tema do LANDSCAPE YOUR MIND, hein Lucão?)
Mas a verdade é que eles foram sendo contagiados e acabaram cedendo á vontade de fazer uma jumpig picture! O Bernardo deu muito a vida, e o Conde parece que tá flutuando!